Leitura

 A construção do vínculo e de uma relação saudável entre pais e filhos depende muito mais dos fatores ligados à convivência, à interação, ao afeto e respeito mútuos do que aos laços biológicos que por si só não garantem o vínculo. Estabelecer este vínculo e consolida-lo é uma conquista mútua diária com momentos muito prazerosos e outros nem tanto. Nunca se está inteiramente preparado, nem nunca se está inteiramente pronto. A preparação para o estabelecimento do vínculo entre pais e filhos adotivos pode ser complementada por meio de leituras.


Nesta página você encontra textos sobre adoção de crianças coletados na mídia.


Texto 7:  ADOÇÃO E DEVOLUÇÃO: A CRIANÇA DEVOLVIDA 


(por MATTOS, M. P.; HERNANDES, M. A. F; ELOY C. B. - Curso de Psicologia – Faculdades Integradas de Ourinhos – FIO/FEMM).

Amigos da adoção,

Tomo a liberdade de indicar o texto ADOÇÃO E DEVOLUÇÃO: A CRIANÇA DEVOLVIDA  para refletirmos sobre a devolução  da criança adotada.  É muito interessante, pois aponta situações que levam um processo de adoção culminar na devolução da criança adotada e quais as medidas cabíveis para evitar a sua ocorrência.  Salienta que a devolução resulta num duplo abandono experimentado por tais crianças, e uma reinstitucionalização das mesmas.  Entre as principais causas esta o despreparo psicológico dos adotantes bem como uma questão de não elaboração dos motivos que os levaram a adotar, a motivação pela caridade para adotar ou substituição a perdas e lutos. Em contrapartida, dentre as medidas preventivas está a detalhada investigação dos adotantes e de seus desejos em relação à adoção, e, não menos importante o acompanhamento dos grupos de apoio à adoção durante todo o estágio de convivência e permanente manutenção posterior, no intuito de se criar uma rede que forneça subsídios necessários ao sucesso da adoção.
 É importante lembrar que filhos biológicos também apresentam problemas de adaptação aos pais, às regras do lar, e de fases (idades), contudo, não são devolvidos, e, quando se diz de filhos adotivos, cogita-se esta alternativa, que deveria ser abolida.  Infelizmente, muitas vezes, isso acaba acontecendo. 
Lourdes Missio

Texto 6:                                  Devolução




    Uma matéria num jornal de TV, mostrou a situação aonde um menino de 12 anos, depois de ficar cinco anos com a “família” adotiva foi devolvido. Não é caso raro, ouvi e li muitas histórias de “pais” que devolveram seus filhos “adotivos”. Vamos analisar alguns casos… Eu mesma, quando criança fiz muita peraltice, entre elas, estava dentro do carro com meus primos e decidimos soltar o freio de mão… pensem no desespero dos nossos pais ao verem o carro descendo rua abaixo? Nem por isso fomos abandonados. Minha cunhada deixou meu sobrinho de três, quatro anos sozinho no carro por dois minutos, ele simplesmente girou a chave e buuuum, o carro bateu no portão, fora os danos materiais, nada aconteceu, minha cunhada não o abandonou. Quantos filhos biológicos fogem de casa, aprontam, tiram notas baixas na escola, falam palavrão, fazem greve de fome, batem nos irmãos menores, riscam paredes, dizem querer ir morar com a avó, colocam fogo nas cortinas??? Quantos deles são devolvidos? Opaaa, mas filho biológico não tem prá onde e nem prá quem devolver… então, eu quero entender o motivo de ser diferente, porque um filho biológico pode tudo e o “adotivo” qualquer deslize, qualquer careta é devolvido pro abrigo? O amor não é o mesmo? Não é o amor incondicional de pai e mãe? Nós, adultos, quando temos uma desilusão amorosa, perdemos o emprego, perdemos um amigo ou um ente querido, não ficamos psicológicamente abalados? Muitos até procuram ajuda, agora imaginem uma criança, que passou boa parte da vida num abrigo, finalmente encontra uma família e depois de algum tempo, por despreparo, por egoísmo ou seja lá o que for, é devolvida? Alguém imagina o transtorno psicológico dela? As marcas que esse ato inominável deixarão na sua vida? Eu sinceramente não consigo imaginar, muito menos entender que pessoas passem por todo o processo e a burocracia na adoção, toda a papelada, as entrevistas, as reuniões, o curso, a fila de anos de espera e depois devolvem as crianças!! Isso é um absurdo e acho que além de indenização prá criança, a pessoa que fizer isso, deveria passar na cadeia o tempo que ficou com essa criança, sem julgamento, sem apelação! Ficou cinco anos com uma criança e devolveu depois, vai passar cinco anos na cadeia! Isso mostra também que o nosso sistema é falho, como uma adoção não foi concretizada em cinco anos?? Porque tanto tempo? Mas isso não justifica, pode levar dez, quinze anos, amor de pai e mãe é prá sempre, alguns “adotantes” já vão nas reuniões com o intuito de perguntar sobre a devolução.. Como você vai devolver seu filho?? É por essas pessoas, que acham que adotar é caridade, que a adoção no Brasil é cada vez mais burocrática, cada vez mais exige-se mais dos pretendentes e cada vez menos crianças são adotadas e por isso eu e você, que já amamos essas crianças mesmo antes de conhecê-las, vamos ficar três, quatro, cinco anos esperando, é por essas pessoas egoístas, sim porque só pensam no seu umbigo, que teremos alguns anos de espera pela frente e essas crianças que estão nos abrigos, terão alguns anos da sua infância roubados, algumas até nunca serão adotadas! Por isso fica aqui além da minha indignação, o meu apelo: Se você tem alguma dúvida, se alguma vez passou pela sua cabeça que se não der certo você devolve a criança pro abrigo, se você não está preparado prá amar incondicionalmente, por favor, desista! Não faça uma criança sofrer!!!  


Texto 5: O Filho adotivo e a construção da familia

 Por Renata Pauliv de Souza Casanova
Este texto foi retirado da Revista Semente ( www.projetosementejundiai.org.br).

Ser filho adotivo é pertencer a um mundo de expectativas, confrontos entre realidade e fantasia, dificuldades, trabalho árduo, persistência, baseado em amor, entrega, doação e dedicação.
Quando pequenos ou ainda bebês, os filhos e a nova família passem por um período de adaptação, questões físicas e emocionais, das mais simples às mais trabalhosas e exaustivas, para os pais, como levantar várias vezes à noite, dar banho, colocar para dormir, fazer e dar as refeições à criança.
A casa já não é mais a mesma. Novas rotinas e uma nova geografia se estabelecem. Há brinquedos espalhados pelo chão, repetição de filmes infantis, risos, gritos, choro e provocações aos limites e regras, que são constantes. É a construção de um pequeno ser humano que está acontecendo.
Parece fácil, mas não é. Os adultos precisam mudar seus hábitos em benefício das necessidades do filho. Não raras vezes, a vida social do casal é deixada para depois. Muitos adultos têm a fantasia de que é a criança que deve se adaptar totalmente à sua vida cotidiana.
No final, são eles que se organizam em função das refeições, da hora de dormir, de ir levar e buscar na escola, enfrentar comportamentos de birra, acesso de raiva e frustração, hora de urinar e o insistente “xixi” na cama. Infelizmente, para alguns, o sonho se transforma em pesadelo. Não é fácil abrir mão da própria vida – mesmo que um pouco e por tempo determinado – em função de outra pessoa. Assim, muitos passam a desgostar do exercício da paternidade/maternidade, e culpam os filhos.
Quando a criança é mais crescida, exige-se dos novos pais muito mais disponibilidade de tempo, de afeto, de trabalho diário. Não é fácil ser filho numa família nova, como não é fácil ser pais de crianças maiores.
A história anterior existe. Hábitos de comportamentos, horários, dificuldades fonoaudiológicas e/ou de aprendizado, vivências emocionais por vezes difíceis e dolorosas; e, até mesmo, saudade da família de origem, associada a medo, raiva, angústia, ressentimento. Mas, acima de tudo, a necessidade de ser aceito pelo que se é, por quem se é – não por aquilo que os outros esperam.
Isso é tão forte para alguns que, em certas situações, o filho se torna o que os pais desejam. Acaba se despersonalizando, deixando de ser coerente consigo mesmo. Então, surge uma dúvida quase sempre presente: como lidar com o confronto entre a realidade que tenho com este que agora chamo de filho e as expectativas que criei acerca da forma de ser de um filho idealizado?
A resposta não é uma fórmula exata ou alguma cartilha reta. É a oportunidade e o momento crucial para a concretização da verdadeira adoção que o acolhimento familiar exige e que será fundamental. Tal acolhimento não se dará nas primeiras horas, dias ou semanas. Para que a tão sonhada adoção seja plena, tal trabalho será diário.
Lapidar um ser que não conviveu desde tenra idade no seio familiar leva muito tempo. Anos. É para desanimar? Não! É para refletir se é isso que realmente se deseja. Dedicação, disponibilidade para olhar e ver além do conflito – podendo assim identificar o que é essencial para o seu infanto juvenil familiar; como dar amor com limites coerentes e firmes; mostrar que todos formam uma família e lutam por ela. Precisa-se lidar com o que o adulto quer que a criança/adolescente seja e que ainda não o é. Ou então, que não será.
Em geral, as crianças que passam por instituições de acolhimento tiveram um início de vida difícil, com privações de diversas naturezas. Respeite isso. Entenda isso. É preciso ter cautela quanto à expectativa que se cria sobre o afeto, confiança, aprendizado, respeito e vínculo.
Os valores, virtudes e qualidades que se esperam que o filho tenha serão vistos no comportamento diário do convívio familiar. As crianças aprendem muito mais com exemplos do que com palavras.
Crianças e adolescentes também fantasiam e idealizam seus futuros pais – que são sempre bonzinhos e bonitos, brincam, levam para passear, não cobram nada. Em algumas vezes, não entendem o porquê do afastamento da família de origem. Alguns têm dúvidas sobre a adoção, outros, medo de decepcionar os novos pais.
Além dessas observações interfamiliares, existem as questões sociais, com seus preconceitos e dissimulações. Em geral, espera-se que a adoção não dê certo, que haja problemas, ingratidão.
Essas situações, mesmo que disfarçadas, são percebidas pelas crianças. Por isso, cabe ressaltar a importância de se preparar a família, os amigos, os vizinhos e todos aqueles que terão contato direto com o filho.
Respeitar o passado, construir o futuro com base num presente sólido. Ser melhor a cada dia para esse filho que chegou, para si mesmo, para o (a) companheiro (a) de vida. Buscar ajuda assim que perceber alguma dificuldade, sem perder o tempo do filho. Quanto antes, melhor. Para todos.
EU VIVI A ADOÇÃO. No meu caso, cheguei ainda bebê. Sempre soube da adoção e, por isso, ela foi (e é) algo natural.  Vivenciei, durante toda minha vida, a Verdade e a Realidade da adoção.
Não me lembro de muitas situações de preconceito, mas elas ocorreram. Nessas vivências desagradáveis, percebi a importância de saber da minha história e de que à adoção faz parte do processo da minha vida. Que seria do vinculo com meus pais se eles tivessem mentido ou omitido essa parte da nossa história familiar?
Na adolescência, quis saber os motivos da doação, como seria fisicamente a pessoa que me gerou, se eu era parecida com ela, que sentimentos teve para comigo – se é que os teve.
Por causa do curso de Pretendentes à Adoção no qual trabalho, tenho tido vontade de buscar meu processo para saber como ele é. Dele, a única notícia que tenho é o nome completo de minha genitora. E essa informação me foi dada pela minha mãe.
Em relação à saúde, criei um jeito simples de lidar com ela. Aos médicos, digo que sou filha adotiva e que não conheço minha história genética. Por isso, eles podem me colocar nos grupos de risco e, com o passar do tempo, descobriremos se pertenço a algum deles. Simples assim. Como eu sou.
Quanto à minha irmã, também adotiva, só posso dizer que ela é muito especial e que foi fonte de inspiração para muitos momentos. Tudo o que desejo a ela é que sempre seja feliz em suas escolhas de vida. Graças a uma dessas opções, tenho sobrinhas – por adoção – por quem nutro grande amor.
Essa cumplicidade, apoio, amor, carinho e dedicação de meus pais na questão da adoção – e da vida – os tornaram as pessoas mais importantes em minha existência. Graças a eles, ao trabalho diário ao longo de anos, é que sou quem sou: uma pessoa feliz como filha, como mãe, como esposa e como ser humano. Deixo minha mensagem final
Para ser pai (adotivo ou não), não basta ter vontade. É preciso desejo, competência, amor, superação.

Para ser pai, é preciso saber que temos que nos tornarmos pessoas melhores. Todos os dias. Nossos filhos merecem o nosso melhor, o que temos e o que somos de melhor.


Texto 4:  Assistência Integral a Mulheres e Proteção Integral a Crianças.

Veja em http://www.tjpe.jus.br/noticias_ascomSY/arquivos/2013_05_23_Revista%20ACOLHER.pdf

 

 Texto 3:   A adoção de crianças maiores na perspectiva dos pais adotivos


Autores: Cristina Maria de Souza Brito Dias, Ronara Veloso Bonifácio da Silva e Célia Maria Souto Maior de Souza Fonseca


Resumo. Esta pesquisa teve como objetivo investigar a adoção de crianças
maiores porque é menos realizada pelos candidatos à adoção. Neste sentido,
pretendeu-se compreender, junto aos adotantes, como percebem e vivenciam
essa adoção. Foram realizadas quatro entrevistas, conduzidas de forma
semidirigida e individual. Os resultados revelaram que a motivação dos pais
adotivos esteve relacionada ao puro altruísmo e ao desejo de se realizar enquanto
mãe/pai, como também à praticidade e desejo de companhia. Apesar
do preconceito sofrido por causa do passado da criança e de algumas dificuldades
adaptativas, pode-se concluir que, com amor e ajuda profissional,
as adoções estão sendo bem-sucedidas.

Para  ler, acesse o link  
http://www.contextosclinicos.unisinos.br/pdf/43.pdf



Texto 2:  Retirado do site http://vilamulher.terra.com.br/apadrinhamento-afetivo-9-2933755-41667-pfi-dea105875.php


Apadrinhamento Afetivo

Sabemos que hoje no Brasil, aproximadamente 80 mil crianças estão abrigadas, 8 mil aptas à adoção, e apenas 2360 estão no Cadastro Nacional de Adoção. Muitas não recebem mais visitas de familiares e já não se enquadram no perfil mais procurado para Adoção. Vivem quase que isoladas da sociedade. Algumas vão e voltam da escola, apenas isso!
O Projeto Padrinho, como é chamado em muitas Comarcas, é uma forma de sensibilizar a comunidade e promover o convívio com as crianças e sua sociabilização, além de contribuir para que estas venham a ter autonomia social.

O que é?
É uma forma de dar apoio às crianças institucionalizadas, ou seja, as que estão abrigadas por muito tempo e já destítuidas do Poder Familiar(já não recebem mais visitas de familiares), através de visitas, passeios e ajuda para que venha a se tornar capazes de se desenvolverem e assumirem suas próprias vidas ao completarem 18 anos, que é quando devem deixar o abrigo. Você irá acompanhar a vida de uma criança ou adolescente que pela idade, é considerada "não adotável" pela sociedade.

Como funciona?
Geralmente há necessidade de passar por uma habilitação, assim como para a Adoção, porém algumas Comarcas preferem candidatos que não tem interesse em adotar, assim, como forma de proteger as crianças de uma falsa esperança, já que os futuros afilhados são os que tem possibilidade remota ou inexistente de serem adotados.
O que ocorre é que, muitas vezes, os padrinhos criam um vínculo afetivo tão forte com a criança ou adolescente que entram com o Pedido de Adoção. É aí que entra a funcionalidade desse Projeto, pois ele pode proporcionar a descoberta para um amor incondicional verdadeiro.

As crianças esperam ser adotadas?
Assistindo ao vídeo "O que o Destino me Mandar" da AMB (Associação dos Magistrados do Brasil), você vai perceber que algumas crianças não esperam mais por isso. Sentem que os menores são preferidos justamente pela facilidade de esquecerem o passado e se adaptarem mais rapidamente ao convívio dos novos familiares. Porém, eu creio que no fundo há sempre aquela esperança de que serão escolhidos e compreendidos nas suas dificuldades de se "entregaram" plenamente aos braços de uma nova família. Há orientação tanto para os padrinhos quanto aos afilhados para que não haja decepções à ambos.

Quais as responsabilidades do Padrinho/Madrinha?
Ter disponibilidade de tempo para participar efetivamente da vida do afilhado.
Ao apadrinhar você poderá incentivar a melhora nos estudos, auxiliando sempre que puder nas tarefas e trabalhos escolares. Poderá estar sempre em contato para apoiar nas dúvidas que surgem conforme a idade do afilhado. Transmitirá ensinamentos sobre educação (boas maneiras, higienização, saúde, etc). Deverá participar dos eventos escolares, das datas comemorativas e momentos especiais para ele. Enfim, você deverá fazer parte da vida do seu afilhado.
Fazer parte da vida do afilhado = PARTICIPAR!

Deverá ainda seguir as regras do Projeto, que variam em cada Comarca, participar de Oficinas que esclarecem sobre a adaptação, o vínculo e outros pontos do apadrinhamento, para tanto, receberá acompanhamento da Equipe Técnica da Vara de Infância e Juventude, que auxiliará na construção e estreitamento dos laços afetivos de forma consciente e saudável.
Para isso, há cursos, palestras e exigências especificas nas Varas de Infância e Juventude para quem deseja se tornar um padrinho.
A responsabilidade é grande, pois envolve sentimentos de pessoinhas que já sofreram demais com a solidão, a falta de família, de carinho e amor.
Antes de tomar qualquer decisão é preciso pesquisar bastante sobre o assunto e medir sua capacidade de assumir uma responsabilidade tão grande.

Na minha Comarca tem Projeto Padrinho?
É bom lembrar que nem todas as Comarcas utilizam o Projeto de Apadrinhamento, pois apesar de ser algo muito bom para as crianças e adolescentes, também há grandes riscos de problemas envolvendo os sentimentos deles. Entre em contato com a Vara de Infância e Juventude da sua cidade para se informar à respeito.

Quem pode Apadrinhar?
Os maiores de 18 anos ( respeitando a diferença de ser 16 anos mais velhos que a crianças ou adolescente), solteiro, casais, homem ou mulher.
Deverá participar das reuniões e oficinas de apoio promovidas pela Equipe Técnica, apresentar todos os documentos exigidos, consentir visitas técnicas em suas residência, respeitar as regras colocadas pelos responsáveis do projeto e abrigo, entre outros critérios, pois como eu mencionei, há diferenças em cada Comarca.
ABRA OS BRAÇOS, O CORAÇÃO E
SEJA UM PADRINHO AFETIVO!

Andrea Marcondes




Texto 1:  Retirado do site http://www.tjdft.jus.br/trib/vij/docvij/artigos/adoctardia.pdf

ADOÇÃO TARDIA – CARACTERÍSTICAS DO ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA

ARTIGO DA SERVIDORA DA SEÇÃO DE ADOÇÃO DA VARA
 DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE DO DISTRITO FEDERAL,
 NIVA MARIA VASQUES CAMPOS

Adotar é um desafio porque relacionar-se é sempre um desafio. Temos que acolher, aceitar o outro em sua integridade, com sua beleza e originalidade, mas, também com suas dificuldades e limitações. Esse amor incondicional, alguns dizem que só mesmo Deus é capaz de dar. A maioria de nós mortais tem dificuldade para amar incondicionalmente, sem medo e sem exigências.

Adotar uma criança maior, muitas vezes se reveste de uma complexidade ou desafio maior porque nos relacionamos com alguém que não foi por nós “criado”, “moldado”, como se acredita que os filhos são ou devem ser pelos pais. Entretanto, nos esquecemos que na maior parte das nossas relações pela vida com os colegas de escola ou trabalho, namorado (a), marido ou esposa, relacionamos com outros “moldados” e “criados” por outros. E nem por isso essas relações são menos prazerosas ou significativas. O diferente, muitas vezes, assusta, mas, sempre nos enriquece.

Construir um vínculo de filiação exige esforço, dedicação, trabalho e sobretudo tempo. Adotar uma criança maior às vezes pode ser parecido com casar com uma pessoa após um breve namoro, você estava apaixonado e achava que seriam “felizes para sempre”, mas na convivência diária descobre que não a conhecia direito, suas características pessoais, suas “manias”, seus “defeitos”. Essa situação pode levar ao divórcio, mas se o casal investe na relação com amor e ambos procuram superar suas divergências, o vínculo se fortalece. Na adoção também é necessário esse investimento e a solução do divórcio não existe, pois a adoção é irrevogável. Por esta razão, o estágio de convivência é tão importante e não deve ser apressado, pois é nele que ambos, adotantes e adotandos, devem se conhecer, é nele que devem surgir as dificuldades e sondadas as possibilidades e os desafios que aquela adoção implica. Os adotantes devem se questionar se realmente querem e estão dispostos a enfrentar os percalços que certamente existirão. O acompanhamento do estágio de convivência por profissional capacitado também se reveste de grande importância na formação e consolidação do vínculo pais-criança.

A bibliografia e a experiência prática mostram que cada caso de adoção tem uma trajetória única e singular, ou seja, cada caso é um caso. Contudo, observamos certas características regulares, que se repetem nos diferentes casos, em especial naqueles de adoção de crianças maiores, e vale a pena alertamos a família adotante sobre essas ocorrências de forma a preveni-las ou minimizar seus efeitos destrutivos durante o estágio de convivência. E não podemos nos esquecer que, seja biológico, adotivo ou por afinidade, cada vez que um membro novo é inserido em uma família, instala-se uma situação de crise. Crise com todo o seu potencial destrutivo de risco (perigo), mas também de oportunidade e crescimento/evolução.

SÃO CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO DENOMINADO ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA:

1. Surgimento de comportamentos regressivos na criança- que variam tanto na forma de expressão como na intensidade e são típicos de fases anteriores de desenvolvimento psicológico infantil como p.ex.: fazer xixi na cama ou nas roupas (mesmo que ela não tenha mais idade para esse tipo de comportamento e/ou não faça mais isso no Abrigo), querer usar fraldas e/ou mamadeiras, querer entrar dentro da barriga da mãe adotiva ou mamar em seu peito. Acredita-se que esta fase também ocorra em crianças maiores como uma tentativa de resgatar seu desenvolvimento incompleto ou interrompido e reconstruir um novo “eu” a partir da relação com a nova mãe e/ou novo pai (adotivos). È como se a criança retornasse ao estado imaginário de recém-nascido e quisesse viver uma espécie de segundo nascimento. Este “retorno” funciona como um resgate de fases importantes do desenvolvimento infantil que podem ser melhor vividas junto aos novos pais. É importante que os adotantes observem e vejam a criança buscando “renascer” deles. O contato corporal, pele com pele, os cuidados prestados pelos pais à criança nesta fase são essenciais e gratificantes. Recomenda-se também a prática da Shantala (massagem) que promove esse contato corporal, relaxa tensões e estabelece um vínculo com o adotante;

2. Agressividade, em geral, logo após a fase de encantamento mútuo. A eclosão de comportamentos agressivos, violência física e/ou verbal - muitas vezes, gratuita ou sem aparente correlação com fatos concretos - deixa os adotantes frustrados e desconcertados sem saber o que fazer com a criança e sem saber o que fizeram para merecer tal tratamento. É importante lembrar que no abrigo, muitas vezes, as crianças adquirem comportamentos violentos para se defender. Ajuda muito quando a família adotante estabelece claramente as regras familiares, os limites e as figuras de autoridade. É fundamental para o enfrentamento desta fase, que os adotantes tenham paciência, firmeza e entendam estas “explosões emocionais” como uma necessidade da criança de ser contida emocionalmente pelos “novos pais”. Ela não sabe lidar com os sentimentos contraditórios que experimenta e os expressa de forma destrutiva. Muitas vezes, a criança adotada deixou tias queridas, amigos ou irmãos no abrigo e ainda não elaborou tais perdas; é comum que ela enfrente situações novas o tempo todo na escola e no lar em que lhe são exigidos determinadas atitudes e comportamentos; não raro a criança fantasia que a família adotiva será permissiva, atenderá todas as suas vontades e ao se deparar com a realidade tem dificuldades para aceitar os limites e as regras da casa. Os pais adotivos tem que ser “continentes”, tem que ajudá-las a compreender, a dar sentido e significados para estas expressões de sentimentos de forma mais construtiva. Alguns autores relacionam a capacidade da criança para estabelecer novos vínculos com a possibilidade de expressão e atendimento pelos pais adotivos de suas necessidades emocionais mais primitivas. É fundamental em alguns casos que a criança e a família recebam um acompanhamento psicoterapêutico especializado de forma a ajudá-las a vivenciar esta fase de forma mais construtiva e menos desgastante;

3. Agressividade em particular contra a mãe adotiva – é comum a mãe adotiva ser o alvo preferencial dos ataques da criança. A figura materna em nossa sociedade é carregada de simbolismo, por vezes, a criança cola o “fantasma da genitora” na mãe adotiva, desferindo contra esta última todos os ataques dirigidos à primeira. Não foi a mãe adotiva que a abandonou ou entregou, mas a criança parece agir com a nova mãe como se ela tivesse
feito isso. O temor de um novo abandono desencadeia atitudes hostis contra os pais adotivos, em especial contra a mãe, como forma de se proteger de mais uma frustração.

4. Ritmo acelerado de desenvolvimento global da criança – aspecto gratificante para a família adotante, uma vez que percebe a evolução rápida da criança como fruto de sua atenção e investimento. O ambiente familiar oferece novos modelos e a criança aprende tudo muito rápido, cresce, ganha peso. Apesar de, muitas vezes, regredida emocionalmente, a criança demonstra uma necessidade muito intensa de aprender. Segundo Vargas, “quando a criança alcança no novo ambiente familiar, a satisfação de suas necessidades fundamentais para reconstruir sua trajetória a partir dos novos modelos, ela, rapidamente, pode evoluir para estágios posteriores.” As novas aquisições confirmam seu valor pessoal e são uma forma de atender as expectativas familiares e garantem a ela a aceitação social;

5. Enfrentamento do preconceito social– É comum, os adotantes relatarem que pessoas próximas se afastaram da família em virtude da chegada do novo membro. Também é freqüente os adotantes ouvirem de familiares ou amigos frases do tipo “Para quê foi adotar e ainda por cima uma criança assim tão grande”. Viver e ouvir estas coisas não são fáceis e coloca em dúvida, muitas vezes, os pais adotivos por vezes ainda inseguros e pouco confiantes quanto a sua capacidade para o desempenho dos papéis de pai e mãe. Tais comentários reacendem ansiedades e medos dos pais adotivos sobre “uma possível hereditariedade patológica” ou de que a criança não possa ser capaz de se recuperar das “feridas do passado”, independentemente do amor, cuidado e da educação oferecidos. Os grupos de Apoio à Adoção e o acompanhamento do profissional da Vara da Infância e da Juventude auxiliam os adotantes a se fortalecerem para enfrentar o preconceito social que ainda é muito grande em relação à adoção.

6. Esforço significativo da criança para se identificar com os novos modelos parentais - A criança procura imitar os novos pai, mãe, irmão(s) – ‘olha... sou igual a você”. Ela busca estabelecer laços significativos com a nova família, quer se parecer com o pai, com a mãe, com o irmão. Aliás este é um empreendimento mútuo, adotantes e adotados percebem semelhanças, às vezes, até mesmo físicas. É a busca de “uma pele comum”, um laço que represente a união familiar e a inserção do adotivo como filho(a) - ainda que tal esforço se alterne com as explosões agressivas nas quais a criança diz “você não é meu pai /não é minha mãe”;

7. Construção do vínculo de filiação com atropelamento de etapas – No imaginário da nossa cultura, o tipo de vínculo entre pais e filhos deveria ser aquele que nem o tempo, nem a distância, nem as dificuldades seriam capazes de destruir. Contudo, nem sempre isso acontece. O vínculo de sangue não produz necessariamente o vínculo afetivo e a filiação pode se dar independentemente do primeiro, pois está mais relacionada à disponibilidade e a dedicação do pai/mãe pelo filho(a) do que pela biologia compartilhada. Um vínculo forte, um laço como esse também não se constrói do dia para noite, inclusive entre pais e filhos biológicos. É necessário investimento afetivo, paciência, renúncia, dedicação para se construir uma relação de pai-filho. Pais e filhos negociam suas diferenças diariamente e a cada etapa e nova fase de vida (1ª e 2ª infância, adolescência, juventude, etc). Dá trabalho educar, não pense que é diferente nas famílias com laços biológicos. Na adoção tardia, o que ocorre é que muitas vezes os problemas surgem e/ou se intensificam enquanto o vínculo entre pais e filhos ainda se encontra bastante vulnerável, em construção. Somam-se as dúvidas e incertezas de ser pai e mãe às dificuldades iniciais de adaptação e o pouco conhecimento mútuo. Para a criança também não é fácil, ela vem de um ambiente e uma socialização totalmente diferente e, muitas vezes, não elaborou suficientemente a dor de ter sido abandonada, abusada e/ou entregue para adoção. Estes processos todos ocorrem conjuntamente e nem sempre é fácil ou indolor passar por eles. Mas lembre-se a cada etapa superada, o vínculo será mais forte e gratificante.

8. O vínculo de filiação pode se dar de forma diferenciada – Cada pessoa ama e expressa seu amor de forma diferente. È normal e natural que existam diferenças na relação entre pai e filho, mãe e filho, pai e filha, mãe e filha, inclusive, ditadas pela cultura ou tradição. Também existem diferenças na relação do mesmo pai e da mesma mãe com filhos diferentes. Isso ocorre em todas as famílias e na adoção também. Pode ocorrer um descompasso entre o grau de vinculação de um dos pais com a criança, por exemplo: uma vinculação maior entre o pai e filho(a) do que entre a mãe e o filho(a). Este descompasso pode ocorrer também com uma criança em relação à outra, nos casos de grupos de irmãos. É comum, quando se trata de adoção de irmãos, que o vínculo pais-filhos ocorra mais rapidamente com as crianças menores que normalmente centralizam mais a atenção e mostram-se mais dependentes dos adotantes. Essa situação gera, muitas vezes, sentimentos de culpa e dúvidas em relação à adoção da criança mais velha. Esse descompasso e essas diferenças não devem ser negadas, mas, precisam ser trabalhadas a fim de evitar o agravamento das dificuldades. É comum também que o vínculo se constitua mais rapidamente e se fortaleça quando os envolvidos têm mais facilidade para expressar afeto e carinho. Muitas pessoas e crianças não aprenderam a manifestar adequadamente suas emoções e sentimentos. Dar carinho também é um aprendizado mútuo. Uma criança pode rejeitar um abraço, um beijo, por muitas razões, porque ainda não reconhece aquela experiência como gratificante, porque tem medo, porque tem vergonha, porque não quer se arriscar. É importante reconhecer as emoções e sentimentos envolvidos, ter paciência e, às vezes, entender que naquele momento ainda não é possível para seu filho(a) manifestar carinho. O pai e a mãe devem estar disponíveis para atender suficientemente as necessidades afetivas e emocionais de um filho(a), contudo, é fundamental saber que não somos capazes de atendê-las todas e inteiramente.

9. Aquisição de novos hábitos – a criança é inserida em outro grupo (familiar, social, cultural) com hábitos e valores diferentes daqueles do grupo anterior no qual se encontrava. Todos sabemos como é difícil - e leva tempo - modificar costumes e hábitos. Muitas vezes, novos hábitos (de higiene, de alimentação, de estudo), novos sabores, novas experiências precisam ser assimiladas, mas, sobretudo é preciso “dar um tempo” para que a criança se abra às novas experiências e as assimile. Em períodos tensos e confusos, muitas vezes somos atraídos para as regularidades, para aquilo que é familiar e conhecido. Assim como a criança precisa ver o mundo com os olhos da nova família, essa nova família também precisa vê-lo pelos olhos da criança. Trocar de lugar com a
criança pode ser uma brincadeira gostosa em que pai, mãe, filho (a) experimentem novas sensações e possam se colocar um no lugar do outro.

10. Aquisição de novos hábitos alimentares – É comum o relato de que no início a criança não tem medida para comer, ingerindo muito alimento a cada refeição, como se a comida fosse acabar ou ela quisesse comer tudo sozinha. É normal também que após a fase inicial de deslumbramento e mais segura da aceitação dos novos pais, a criança passe a recusar ou selecionar alimentos. Em geral, este é um ponto de estresse entre a criança e os novos pais – e é muito desgastante “lutar” com a criança a cada refeição. Alguns lembretes para os pais fazem-se necessários: a criança aprende muito mais por imitação do que por “conselhos”, então, se você quer que seu filho(a) tenha uma alimentação saudável que inclua frutas, verduras, legumes e folhas, você também tem que comê-las. Estimule o paladar do seu filho(a) com alimentos variados, prove-os, enfeite-os. Faça uma competição de sabores com alimentos amargos, azedos, doces, salgados, experimente com seu filho(a), faça ele(a) perceber qual parte da língua sente aquele sabor. Diga-lhe que estas partes precisam ser estimuladas, para ele (a) sentir melhor o sabor dos alimentos, até mesmo daqueles que ele ou ela já gosta. O desenho animado “Ratatuille” (a história do ratinho cozinheiro) é uma boa dica para curtir em família. Use o bom senso, certos alimentos podem ser substituídos por outros, caso a criança apresente intolerância ou repulsas significativas. Se tiver dúvidas peça orientação ao pediatra.

11. A criança constrói um novo “eu” – a criança fantasia seu romance familiar, ora idealiza pais que irão resgatá-las das situações percebidas como negativas na família adotiva. Ora fantasia que os pais adotivos eram mesmo seus pais biológicos, negando sua história de abandono e abrigamento. Tais fantasias embora muitas vezes totalmente contrárias à realidade dos fatos são importantes no processo de reconstrução do ego da criança. O confronto destas fantasias com a realidade é inevitável e a capacidade da família adotante para compreender e ajudar a criança neste processo fundamental. A criança também passa a apresentar sentimentos onipotentes de invulnerabilidade, identifica-se com super-heróis, manifestações que objetivam uma imagem positiva e valorizada de si mesma. Tais fantasias ajudam a criança a se sentir poderosa, valiosa.

12. Sentimentos de vulnerabilidade, impotência e culpa – Os pais adotivos tendem a sentirem que têm que ser pais perfeitos. Tais sentimentos são exacerbados durante o estudo psicossocial de inscrição e adoção, pois, os adotantes sentem que têm de provar sua capacidade para o exercício do papel de pai e de mãe, antes mesmo da concretização da adoção. Muitas vezes, e em especial durante as manifestações agressivas e regredidas da criança, os adotantes se confrontam com seu fracasso pessoal na tarefa de educar. É comum que os adotantes experimentem sentimentos contraditórios, ora de raiva, ora de culpa ou gratidão em relação à criança e sua família biológica.

13. Mobilização de emoções intensas e carregadas de ambivalência – Tanto os adotantes como a criança adotada experimentam tais emoções. É importante que os adotantes lembrem que são adultos e têm mais recursos para lidar com as emoções do que as crianças. É importante que os adotantes possam desenvolver relações afetivas de qualidade apesar das condições críticas da fase de adaptação. Eles não devem se esquecer de que os vínculos parentais podem sim ser construídos tardiamente, mas não surgem automaticamente e dependem do quanto são nutridos. Ambos, pais e criança, investem nestes vínculos, mas são os pais que detém a maior parcela de responsabilidade e autonomia na relação.

14. A criança se mostra “imatura” para determinadas coisas e “muito avançada” para outras – Por vezes, uma criança vivenciou situações em sua história de vida que aceleraram a maturidade em certas áreas em detrimento de outras e/ou de seu próprio processo de desenvolvimento emocional. Por exemplo: uma criança pode não ser capaz de distinguir cores, sabores ou letras, mas, ter um conhecimento sexual além de sua maturidade biopsicossexual. Para algumas crianças é necessário ensinar com afeto quais demonstrações de carinho são aceitáveis entre pais e filhos ou entre irmãos e quais não o são. Procurar compreendê-la e a sua história são fundamentais. É preciso cuidado para não culpabilizá-la por situações as quais ela não poderia ter evitado em virtude de seu baixo grau de autonomia e maturidade.

A construção do vínculo e de uma relação saudável entre pais e filhos depende muito mais dos fatores ligados à convivência, à interação, ao afeto e respeito mútuos do que aos laços biológicos que por si só não garantem o vínculo. Estabelecer este vínculo e consolidá-lo é uma conquista mútua diária com momentos muito prazerosos e outros não tanto. Não existe fórmula secreta ou receita de bolo. É fundamental manter a esperança e a perseverança no ligar, no cuidar, mesmo nos momentos agudos de crise. Nunca se está inteiramente preparado, nem nunca se está totalmente pronto. É muito bom contar com o apoio de amigos e familiares, quando isso é possível. Compartilhar experiências em grupos de ajuda, de apoio à adoção, procurar ajuda especializada e profissional, fazer leituras sobre o tema também são recursos disponíveis para auxilia-lo nesta tarefa.

Quem sabe ajuda, nos momentos mais difíceis, assumir a postura proposta por Fernando Pessoa em “Vida”:
De tudo ficaram três coisas 
A certeza de que estamos sempre recomeçando... 
A certeza de que precisamos continuar... 
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar... 
Portanto devemos fazer da interrupção um caminho novo... 
Da queda, um passo de dança... 
Do medo, uma escada... 
Do sonho, uma ponte... 
Da procura, um encontro...”

Bibliografia: 
Vargas, Marlizete. (1998) Adoção tardia: da família sonhada à família possível. São Paulo: Casa do Psicólogo 
Eldridge, Sherrie (2004) Vinte coisas que filhos adotados gostariam que seus pais adotivos soubessem. São Paulo: Globo.

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